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A competição ajuda ou atrapalha sua aprendizagem?

Como o mundo é competitivo, e as organizações também, escolas com ambiente competitivo argumentam que estão preparando as crianças e adolescentes para o mundo. Na melhor das intenções, ao colocar aprendizes para competir, essas escolas ensinam que precisamos nos esforçar para sermos melhores que outros, de preferência os primeiros, porque o sucesso pertence a poucos. O que você acha disso? Quero saber.

Há famílias competitivas.

Igualmente com boas intenções, há pais e mães que comparam seus filhos, dizendo coisas como “o Marcelo é mais estudioso que você”, “a Mariana tira melhores notas que você”, ou coisas assim. Não é fácil educar filhos, eu bem sei.

Ao criar um ambiente competitivo em casa, os irmãos aprendem a se comparar o tempo todo, sempre relativizando a sua performance, suas conquistas, suas perdas – e a competição não é muito amiga da colaboração (algo necessário na vida de irmãos). Outro problema aqui é que, se meu irmão desenha MUITO bem, eu nem tento, porque já sei que não sou muito talentosa, e que ele vai se destacar, talvez eu até seja ridicularizada na comparação. Então, para quê desenhar se não vou ser melhor que ele, né?  Que pena. Pensando assim, não exploramos, não nos divertimos, não melhoramos nossa prática, não abrimos espaço para conhecermos conteúdos e habilidades que poderiam contribuir muito em nossa vida pessoal e profissional. Ficamos com medo de sermos “só bons”. E, em muitos contextos, ser bom é mais que suficiente. Mas, por medo de não sermos incríveis, ficamos com o não-saber, o não-fazer, o não-ser.

E assim, há pessoas competitivas

Entender isso pode nos ajudar a compreender o quanto a competição pode ser algo que impulsiona algumas pessoas, que faz com que elas se movam na direção que querem, por verem que outras pessoas estão se movendo. Faz com que andem mais rápido, quando veem que há pessoas correndo. Isso me parece bom, em alguns momentos da vida, né? Eu tenho pessoas que funcionam como meus gatilhos, no sentido de me puxarem para cima, de me darem uma sacudida, mesmo sem intenção.  Mas eu uso a competição com moderação, porque ela vicia.

E para alguns, ela trava. Ela mexe com a autoestima que já pode ser baixa, e paralisa mesmo. Por anos, pela vida.

Boa parte das pessoas que eu mentoro na Verbify, são profissionais que travam na hora de falar um idioma, ou na hora de aprender algo. Essas pessoas querem e precisam aprender algo, mas nunca começam. Ou começam e desistem. Ou persistem, mas não se mostram. Porque se comparam, se sentem inferiorizadas, não lidam bem com seus erros, são exigentes demais consigo mesmas, ou se tornaram perfeccionistas.

O que está disponível para você começar a fazer hoje?

  • Mostrar sua vulnerabilidade, contando seus perrengues e dificuldades, abre caminhos para você falar um idioma com erros (e tudo bem), tocar um instrumento imperfeitamente (e tudo bem), apresentar um resultado na sua empresa, se preparando, mas sabendo que não será perfeita.
  • Abrir espaço para que as pessoas se mostrem como são (imperfeitas) faz com que elas comecem a ver as relações como oportunidades de aprender – e não oportunidades de mostrar como são perfeitas
  • Nutrir relações, criar iniciativas de trocas de saberes, valorizando o que cada pessoa sabe (mesmo que pouco), pode ser um caminho para que todos os espaços onde habitamos favoreçam e estimulem a nossa aprendizagem.
  • Entender que é mais fácil evoluir em grupo. Fazer parte de mentorias gratuitas e comunidades sobre Aprender a Aprender
  • Ler mais sobre o tema. Nós, especialistas da @verbify.oficial e da @companhiadeidiomas, pesquisamos e aplicamos tudo que escrevemos aqui na Exame. Esse artigo que escrevi sobre Pertencimento na Aprendizagem tem tudo a ver com o que você leu até agora.

 

Escrito por Rose Souza para a Revista Exame.

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