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Escolas e empresas ajudam e atrapalham a sua aprendizagem

Desde seu primeiro dia na escola, quer você tenha percebido ou não, você se submeteu a comandos e controles. Praticamente não havia outro modelo disponível, e todos nós compreendemos que os verbos mais mencionados eram: estudar para a prova, fazer atividades, obedecer, tirar notas boas, conversar pouco e… passar de ano.

As obrigações em jornadas de aprendizagem continuaram em treinamentos e cursos em nossa vida adulta, assim como o protagonismo de “quem sabe”. Quem sabe, fala o tempo todo, ou grava um vídeo.

 

E por que isso precisa mudar?

Porque comandos, controles e obrigações não têm conseguido dar conta de…

  • engajar as pessoas (você desiste)
  • criar hábitos de aprendizagem (você desiste)
  • eliminar maus hábitos (ou os excessos) na vida (você não tem tempo)
  • manter as pessoas focadas (você dispersa)
  • contribuir com a retenção do que se aprende (você esquece)
  • relacionar aprendizagem a prazer e diversão (você sofre)
  • transformar (e não apenas informar) as pessoas (você nem sempre muda algo em você ou no seu entorno, depois de um curso ou treinamento)

 

“Existe uma rachadura em tudo. É por ali que a luz entra”

Leonard Cohen

A gente já percebeu que os modelos tradicionais de treinamento estão se tornando ineficazes e insuficientes. Treinamentos presenciais, remotos ao vivo, ou através de plataformas com conteúdo assíncrono – em qualquer um desses formatos, o protagonismo de quem “sabe e ensina” encontra a passividade de quem “não sabe e tem de aprender”.   E isso tem acontecido bem nesse momento, quando temos tanta necessidade de reskilling e upskilling nas nossas empresas, para atender às novas demandas do trabalho do futuro (entendendo que o futuro é hoje),

 

“Um dos maiores desafios de RH nas empresas tem sido engajamento”

 

Profissionais de T&D reclamam do baixo engajamento, da dificuldade em atrair (de verdade) a atenção das pessoas, e, principalmente, do gap entre o que se “aprende” e a aplicação, ou seja, as pessoas não são capazes de transformar, de conduzir mudanças, a partir do que  “aprendem”.    Eu coloco aspas, porque, para mim, aprender é ser capaz de extrair sentido, aplicar, se transformar, ou transformar contextos.

Sabendo de tudo isso, invertemos o jogo, aqui na Verbify (@verbify.oficial) começamos a falar nas organizações sobre Cultura de Aprendizagem – criamos trilhas para que as pessoas escolham o quê, quando e como querem aprender, quais formatos, ritmo… Só que não deu muito certo.

 

Como assim “não deu certo”??

Ao querer implementar e nutrir a Cultura de Aprendizagem, criamos espaços para que as pessoas construíssem juntos, escolhessem, compartilhassem aprendizados. E foi aí é que começou outro desafio.

As pessoas que estão inscritas nos novos programas de treinamento reclamam que querem de volta os treinamentos tradicionais (aqueles com alguém ensinando, e elas “aprendendo”), porque estão acostumadas, mesmo não estando engajadas ou não conseguindo aplicar muito do que veem nos treinamentos tradicionais. Elas dizem que preferem, que se sentem seguras, que gostam mais. Sim, nós amamos o que nos é familiar, e temos insegurança diante do novo. E muitas vezes ficamos onde não está bom, só porque é familiar. Eu entendo.

As pessoas também reclamam que não têm tempo de criar suas jornadas de aprendizagem, de conhecer as opções disponibilizadas pela empresa, não têm tempo ou não sabem escolher, ou, quando escolhem, não conseguem sustentar as suas escolhas.

Parece que o que nos é familiar tem ímã – a gente dá uma voltinha, se afasta, mas, quando percebe, está na nossa zona de conforto de novo, né?

Do outro lado, as pessoas que treinam reclamam que é mais fácil treinar, quando treinar é sinônimo de transmitir informação – faz um ppt, apresenta, abre um tempinho pra dúvidas e comentários no final, e pronto, treinou! Quem escolheu ensinar e treinar como carreira tem muita dificuldade de abrir mão desse papel de ensinador, transmissor de conteúdos, palestrante. Ele é lindo. Eu também escolhi essa carreira. Eu entendo.

 

Se gostamos do que nos é familiar, por que é necessário mudar?

Se está com esta dúvida, volte à lista do que os treinamentos atuais, cheios de comandos e controles, não estão dando conta, no início desse artigo…risos

Segundo a Deloitte, 80% dos programas de treinamento não mudam nada na pessoa, na área ou na empresa. É o chamado learning scrap… Em outras palavras, 80% vai pro lixo do esquecimento e 20% é aplicado de fato.

Gosto de pensar que a ponte entre o ideal e a realidade é sempre a experimentação.

E já é tempo de entender o que é aprender – definitivamente não é apenas colocar para dentro. Você aprende quando é capaz de extrair significado, compartilhar, construir algo a partir de uma reflexão sobre o tema, de aplicar, de testar e fazer ajustes.

Precisamos pensar em iniciativas que vão além de ter pessoas apresentando e explicando conteúdos.

E como aprendizes, podemos pensar em pequenas ações diárias que aceleram a aprendizagem, como criar duplas para extrair sentido de um conteúdo, ensinar o pouco que sabemos sobre algo para aprender mais, termos atenção e intenção de aprender com todas as pessoas, e ao longo da vida.

 

Quer ajuda neste e em outros temas que aceleram ou prejudicam a sua capacidade de aprender, nas escolas e nas organizações? Vem comigo. Eu, Rose Souza, sócia e CEO da @verbify.oficial, e da @companhiadeidiomas, estou oferecendo 5 mentorias gratuitas sobre Aprender a Aprender (pra todo mundo), ou sobre Cultura de Aprendizagem (pra profissionais de T&D), leitoras e leitores dessa coluna. É só citar que viu as dicas na Exame.com, e falar diretamente comigo por DM no Instagram @rosefsouza_, ou por email rose@companhiadeidiomas.com.br.

 

 

Sobre Rose Souza

Rose Souza fundou a @companhiadeidiomas e a @verbify.oficial. A Companhia de Idiomas e a Verbify hoje tem diversos sócios, e a Rose consegue também ser pesquisadora, mentora e professora, além de fazer parte do time que administra as empresas.  Ela facilita conversas sobre temas como Arquiteturas de Aprendizagem, Aprendizagem Ágil, Metodologias Ativas, Cultura de Aprendizagem nas Organizações e Liderança.  Graduada em Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA. Arquiteta de Aprendizagem Auto Dirigida – Master of Learning -MoL. Designer de Conexões. Designer de Cultura de Aprendizagem. Foi professora por seis anos na Pós-Graduação ADM da FGV. Colunista dos portais Exame.com e Você RH. Mentora voluntária do Projeto Impúlsar da NTT DATA.   Quer falar com ela? rose@companhiadeidiomas.com.br ou instagram @rosefsouza_

 

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